sábado, 18 de outubro de 2014

Em pensar que esses dois meses de tortura piscológica nao seriam mais que um paragrafo ou uma linha esquecida numa suposta (auto)biografia. A pergunta que ecoa é: por que tanto sofrimento? pra que?

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

domingo, 14 de setembro de 2014

Dos ditados populares à decepção ou o contrário

Quando a vida segue seu curso de maneira estranha ou aparentemente desfavorável é praticamente impossível fugir do velho e batido ditado: "Deus escreve certo por linhas tortas". Longe de mim querer blasfemar - sempre digo que se ele me fez engraçadinha é porque queria que eu fizesse graça - ou ele teve Parkinson ou um AVC enquanto escrevia a minha... Quanto mais paz eu quero, mais tormenta eu enfrento. Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece... Começo a ter medo de ditados... "Quando se esta no fundo do poço não se pode ir mais fundo", sempre dá! Sempre se dá um jeitinho... A gente cava mas chega lá, alias, não chega, continua descobrindo que o buraco é mais embaixo! Mas, se a Terra é redonda, existe luz no fim do poço (que neste caso já seria túnel...).
Eu achava que conhecia a decepção mas descobri que provavelmente conhecia sua versão recém-nascida, e espero não descobrir que ela possa ser maior do que a que já estou sentindo, ou não sentindo...
A decepção se mostrou como um vazio, uma ausência da capacidade de sentir. Eu sei o que me faz sentir nada, mas não sinto. Os sentimentos se anulam. Não há raiva, não há ódio, não há nada, não há... Não há esperança, mesmo sabendo que ela é a última que morre e que brasileiro não desiste nunca.
A vida não é fácil, a vida não é justa. E se Deus dá o frio conforme o cobertor, eu acho que estou com as pernas de fora... Se Ele nunca dá pra gente uma CRUZ maior do que a que a gente possa carregar, Ele se esqueceu de que eu tenho problema de coluna...
Se Deus escreve certo por linhas tortas, eu espero que meu poço seja um túnel, que eu encontre a luz, que eu seja bem brasileira, que a esperança seja a última a morrer mesmo, que meu cobertor comece a me cobrir e que a cruz fique mais leve ou que eu a deixe em algum lugar.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Bordeaux

Quand j'ai quitté ma ville pour aller a Genève
j'avais les larmes aux yeux
j'avais peur de l'inconnu et de ne pas réussir à lui faire face
Quand j'ai quitté Genève pour rentrer chez moi
j'avais également les larmes aux yeux
cette ville était devenu un deuxième chez moi
Quand j'ai quitté ma ville pour venir à Bordeaux
j'avais un gros sourire, l’espérance d'un nouvel avenir
la certitude d'une adaptation plus facile
     - je n'avais plus trop la difficulté de la langue
grosse erreur!
chaque ville et chaque époque nous imposent de nouvelles épreuves
et me voilà, trois semaines plus tard, en train de regarder le calendrier
en train de prier la fin de ce calvaire
cette ville a éteint mon sourire
a mis de côté mon espoir
elle m'a changé dans quelque chose que je n'aime pas
Quand j'ai quitté ma ville pour venir à Bordeaux
j'avais un gros sourire
et un gros sourire j'aurai lorsque je la quitterai
laissant, ici, tous les regrets de ce mauvais choix.

sábado, 24 de maio de 2014

Do querer me apegar, o desapego
Aprendi a viver amizades efêmeras
efêmeras mas não por isso rasas, intensas num determinado espaço-tempo
As pessoas do meu cotidiano ciclicamente desritimado,
aparecem e desaparecem como mágica (ou eu)
elas deixam saudades
determinam uma época
se tatuam em minhas lembranças
As vezes sinto inveja das pessoas que convivem pra "sempre" com outras
mas não trocaria com ninguém a minha história.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Banco

sentada no banco buscava um abraço
um sorriso
um olhar
um afago
respostas
sentada no banco sonhava...
fiz da tarde, minha noite
dos transeuntes, meus amigos
das minhas vontades, feitos
e do futuro trouxe amor
Sentada no banco fiz da vida, minha vida
     - como se amanhã não houvesse
mas depois de rodar meu filme
vi que minha noite ainda era tarde
e que meu filme tinha outro script
Sinto falta de olhar para o horizonte e imaginar o futuro (que provavelmente em nada se assemelhará ao imaginado). Como sempre.
No lugar do horizonte, da infinitude do mar, tenho um cais, um rio e pontes. Várias pontes... ligando um lado ao outro. Cruzando o rio, cruzando o tempo, levando do lado A ao lado B (ou o oposto) em diferentes pontos. Várias possibilidades que mesmo indicando sentidos opostos vão paralelas em direção ao amanha. Seria isso equivalente a olhar o mar e imaginar o futuro?
Tantas dúvidas, ansiedade... E nesse caracol que se chama vida me encontro mais uma vez em suspenso.
O hoje é cheio de compromissos e o amanhã de incertezas. A vida é sim cheia de incertezas. Mas eu ainda não aprendi a viver o hoje sem sofrer com o amanha.
As vezes gostaria de encontrar o meu eu do futuro e perguntar se meus demônios interiores tem razão de ser... Olhando para o passado percebo que alguns demônios me perseguem há alguns anos e não tenho certeza (ou já deixei de acreditar) que um dia conseguirei deixa-los livres para voarem longe mim.
Invejo a liberdade do vento pois enquanto pedra estou presa ao solo até alguma criança resolver me chutar ou me fazer ricochetear na água.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Nó na garganta

Nó na garganta... Muitos meses vivem agora entalados em mim. De um sonho ao pesadelo de não saber ao certo o que ando fazendo por aqui. A constatação de que os sorrisos - que já eram poucos - praticamente não existem mais; murcharam, ou pior, viraram um sorriso invertido... As circunstancias me colocaram em modo zumbi. Que quando não suporta mais... chora. Eu não sei o que estou fazendo aqui. Vejo a vida desfilando mas só sei que o tempo passa por causa de realizações alheias e dos fios brancos que se acumulam, me deixando cada vez mais "menos cheia de graça". Se a única coisa que ainda contava para mim eram os meus desenhos, nem mais esse alivio eu tenho tido... Para os outros eu tenho tudo, eu tenho muito, eu tenho muita sorte. O que não deixa de ser verdade. Mas gostaria de poder desfrutar da alegria de estar com os outros, da alegria de estar viva. Nada disso faz sentido... só não é pior porque antes "os sorrisos já eram poucos" e eu nunca fui alguém "feliz" ou passeei com essa mascara - que cobiço tanto, nem que seja para me fazer acreditar que não sou alguém tao infeliz assim -.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Eu, coração de pedra, ando amolecido. Efeitos do tempo, efeitos da distância. De criança dócil à adolescente revoltada, embora que tímida. De adolescente revoltada à jovem adulto bizarro e razoavelmente antissocial. De criança que amava muito à um ser estranho a cada gesto de afeto. Não que eu fosse ruim, as circunstância é que me deixaram um pouco dormente. Eu sabia o que eu sentia mas não tinha noção da profundidade e nem da extensão. Eu nadava em mar aberto mas me via numa piscina daquelas em que a gente da pé. Não, eu não tive uma vida cruel e nem passei necessidade mas sofrer pelos outros e/ou por causa deles me deixou marcas... Quais? Medo da entrega, medo da impotência face à despedida, medo das voltas que o mundo dá. E foi justamente numa delas que eu me encontrei sozinha louca por um gesto de afeto, precisando do abraço dos meus pais. Porque se eu sempre me senti sozinha em meio a uma multidão, agora me sinto num deserto sem ter pra quem acenar.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O nível de estresse anda tão elevado que mesmo quando não me sinto irritada sei que um simples bom dia dito por uma pessoa "errada" pode desencadear todo o processo. Ë como se eu estivesse sempre pronta pra briga, mas numa disputa que se limita ao meu plano mental.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Je n'ai pas le mal du pays, j'ai le mal de la vie.
Je me sens déplacée n'importe où je vais.

Antes de nascer eu fui partida em mil pedaços e o vazio que sinto é a falta dos muitos pedaços que ainda não encontrei, dos muitos pedaços que se perderam para sempre. Sou um vaso quebrado, sem conserto e, mesmo que velho, sem história.

5 meses de silêncio

Depois de quase 5 meses de longo silêncio minha vida continua entalada na garganta. Sinto um nó que vai da boca ao peito. Mais um grito mudo... Um frio na barriga, como aqueles da época em que éramos crianças e fazíamos merda. Mas que merda eu tenho feito? Exatamente... Que merda! é uma vontade louca de dizer foda-se ao mundo que acaba sempre por fazer vontades alheias, alheias às minhas!
O que me fazia não ter enlouquecido antes é o que me tira do sério agora... O preço que se paga pela Liberdade é ela própria. Durante todos esses meses tenho vivido basicamente no inferno, onde nenhuma das minhas vontades tem lugar. Não tenho mais nada do que antes me era caro, até mesmo meus traços resolveram se calar.
Mas que merda eu tenho feito? Exatamente... Que merda!