sábado, 22 de fevereiro de 2014

Eu, coração de pedra, ando amolecido. Efeitos do tempo, efeitos da distância. De criança dócil à adolescente revoltada, embora que tímida. De adolescente revoltada à jovem adulto bizarro e razoavelmente antissocial. De criança que amava muito à um ser estranho a cada gesto de afeto. Não que eu fosse ruim, as circunstância é que me deixaram um pouco dormente. Eu sabia o que eu sentia mas não tinha noção da profundidade e nem da extensão. Eu nadava em mar aberto mas me via numa piscina daquelas em que a gente da pé. Não, eu não tive uma vida cruel e nem passei necessidade mas sofrer pelos outros e/ou por causa deles me deixou marcas... Quais? Medo da entrega, medo da impotência face à despedida, medo das voltas que o mundo dá. E foi justamente numa delas que eu me encontrei sozinha louca por um gesto de afeto, precisando do abraço dos meus pais. Porque se eu sempre me senti sozinha em meio a uma multidão, agora me sinto num deserto sem ter pra quem acenar.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O nível de estresse anda tão elevado que mesmo quando não me sinto irritada sei que um simples bom dia dito por uma pessoa "errada" pode desencadear todo o processo. Ë como se eu estivesse sempre pronta pra briga, mas numa disputa que se limita ao meu plano mental.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Je n'ai pas le mal du pays, j'ai le mal de la vie.
Je me sens déplacée n'importe où je vais.

Antes de nascer eu fui partida em mil pedaços e o vazio que sinto é a falta dos muitos pedaços que ainda não encontrei, dos muitos pedaços que se perderam para sempre. Sou um vaso quebrado, sem conserto e, mesmo que velho, sem história.

5 meses de silêncio

Depois de quase 5 meses de longo silêncio minha vida continua entalada na garganta. Sinto um nó que vai da boca ao peito. Mais um grito mudo... Um frio na barriga, como aqueles da época em que éramos crianças e fazíamos merda. Mas que merda eu tenho feito? Exatamente... Que merda! é uma vontade louca de dizer foda-se ao mundo que acaba sempre por fazer vontades alheias, alheias às minhas!
O que me fazia não ter enlouquecido antes é o que me tira do sério agora... O preço que se paga pela Liberdade é ela própria. Durante todos esses meses tenho vivido basicamente no inferno, onde nenhuma das minhas vontades tem lugar. Não tenho mais nada do que antes me era caro, até mesmo meus traços resolveram se calar.
Mas que merda eu tenho feito? Exatamente... Que merda!