sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Je suis une tortue-crabe mais j'ai été un pigeon

Jusqu'à il y a pas très longtemps je m'identifiais à l'animal pigeon : invisible tout en étant nuisible, à la recherche de miettes de reconnaissances et observatrice de ce qui m'entoure. Des fois je voyais un pied venir dans ma direction, mais j'ai grandi dans une grande ville et j'ai appris que les humains nous évitent - de peur d'être contaminés -. Bien sûr, il en a ceux qui n'ont rien à foutre et essayent de nous faire peur ou de nous faire du mal. J'ai été blessée quelques fois, mais j'ai toujours mes deux ailles. Même si je ne peux plus voler, je peux toujours me déplacer à l'aide de mes pattes et j'ai aussi mon bec ! C'est déjà pas mal je trouve.
Puis, je me suis identifiée à un crabe : j'essaye d'aller tout droit, mais je finis toujours par marcher de côté. J'avance ? Oui ! Mais très lentement, car même si je vise tout droit - le chemin le plus efficace - ma morphologie m'empêche de prendre la route voulue. Toutefois, j'ai maintenant de pinces !
Ensuite je me suis dit que j'étais aussi une tortue : je me déplace très lentement sur terre et des fois je suis sur ma carapace - pattes à l'air, impossible de bouger - . Mais j'ai décidé de me déplacer à mon rythme, après tout, je vis beaucoup plus que les humains. Toute fois, mon plus profond espoir c'est que l'eau soit mon véritable terrain. Il me faudrais juste trouver l'océan pour finalement être chez moi.



Eu sou uma tartaruga-caranguejo mas eu já fui um pombo

Até pouco tempo, eu me identificava com pombos: invisível porém inoportuna, em busca de migalhas de reconhecimento e observadora do espaço ao meu redor. Às vezes eu via um pé vindo em minha direção, mas eu cresci numa cidade grande e aprendi cedo que os seres humanos nos evitam - afinal somos ratos com asas -. Claro, existem pessoas que pouco se importam e que tentam nos assustar ou nos machucar. Fui ferida algumas vezes, mas ainda tenho minhas duas asas. Mesmo que eu não possa mais voar, eu ainda posso andar graças as minhas patas e me manisfestar graças ao meu bico! Não acho que seja tao ruim assim.
Em seguida passei a me identificar com um caranguejo: tento andar reto e para frente, mas sempre acabo andando de lado. Eu consigo ir adiante? Sim! Mas muito devagar, porque mesmo que eu queira andar para frente - o caminho mais rápido -, minha morfologia me impede que eu vá para onde eu queira. No entanto, agora tenho pinças!
Logo depois me dei conta de que também era uma tartaruga: eu me movo muito lentamente no chão e às vezes eu fico com o casco para baixo - pernas para cima, impossível de andar -. Mas eu decidi me mover no meu próprio ritmo, afinal, eu vivo muito mais do que os humanos. No entanto, minha mais profunda esperança é que a água seja o meu verdadeiro terreno. Eu só preciso encontrar o oceano para finalmente chegar em casa.