quarta-feira, 27 de setembro de 2017

confesso

tive algumas paixonites
uma grande paixão
e um grande amor

como sou do avesso
a prova de que te amo
é o fato de que você me irrita
- as vezes profundamente
mas se eu não te amasse
eu não me importaria
eu seria indiferente
como com muita coisa
e como quase sempre
- não gosto de coisas na vida, mas com certeza detesto e odeio várias...

não sou alguém de muitas historias
mas quando eu sinto, eu sinto, e muito
eu sinto fundo
e dura...

se sei que te amo
- e te amo há algum tempo
é porque consegui organizar
- pro melhor e pro pior
minha bagunça interior

sempre te amei
em cada tempo a uma maneira
em todos eles à minha maneira:
torta, desengonçada, atrapalhada...
e se dificuldade tenho em dizer: EU TE AMO
eu te amo, e te amo tanto
que te desejo toda a felicidade do mundo
mesmo que não seja comigo
e que nossos caminhos nunca mais se cruzem

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Depois de muito tempo em silencio, um frenesi em externar o que sinto me acomete...
Depois de tantos altos e baixos - ou de baixos e mais baixos ainda - aterrizei num espaço de perplexidade. Pessoas me fascinavam, me aterrorizavam, mas agora: elas me deixam perplexa. Minha perplexidade é tamanha, que estou mais para reticencias que para meus habituais pontos de exclamação...
Faço teoricamente parte de uma dita elite intelectual artística, mas quanto mais o tempo passa, menos intelectual me sinto e mais perplexa com a academia fico. Esse lugar, que outrora eu considerava mágico, é sujo. Convicções viram verdades indiscutíveis, de doutorandos esnobes a professores que se apoiam em seus títulos para imporem suas OPINIÕES. Discordar ? Isso é para tolos... Ou loucos... Acatar e aguardar a volta que o mundo dá para perpetuar esse ciclo vicioso - que não perpetuarei. Síndrome do pequeno poder... Talvez se eu fosse esnobe e louca, eu caberia mais nesse mundinho.
Ser aspirante a acadêmico em artes é se submeter a subjetividade de uma dita elite de lugar nenhum, é aceitar a subjetividade alheia como verdade absoluta, pessoas ligadas às artes, ou à academia são verdadeiras crianças mimadas, cheias de caprichos... Precisam a todo momento ter o ego polido, pois inflado ele já é, e a ponto de explodir.
Eu ousei desafiar a crença alheia - recuso chamar de ciência tamanha subjetividade - e ganhei um grande berro: CALA-TE! ACATA! SUBMETA-SE!
Onde está a nuança que tanto pregam ao escrever para não ferir espíritos mais sensíveis ou atiçar outros que são combativos? Por que me negam o direito de ter um ponto de vista (diferente) e ignoram minha argumentação?
De tristeza passei a raiva. E da raiva estou passando ao ódio.
Pior do que isso só artistas desprovidos de personalidade... Um dia afirmando A e no outro afirmam B, negando veementemente o passado para não passarem por ignorantes face à colegas que julgam superiores.
A triste verdade é que fui amordaçada... E para sobreviver nesse mundo imundo terei que rezar a reza deles e gritar: AMÉM!