quarta-feira, 24 de setembro de 2014

domingo, 14 de setembro de 2014

Dos ditados populares à decepção ou o contrário

Quando a vida segue seu curso de maneira estranha ou aparentemente desfavorável é praticamente impossível fugir do velho e batido ditado: "Deus escreve certo por linhas tortas". Longe de mim querer blasfemar - sempre digo que se ele me fez engraçadinha é porque queria que eu fizesse graça - ou ele teve Parkinson ou um AVC enquanto escrevia a minha... Quanto mais paz eu quero, mais tormenta eu enfrento. Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece... Começo a ter medo de ditados... "Quando se esta no fundo do poço não se pode ir mais fundo", sempre dá! Sempre se dá um jeitinho... A gente cava mas chega lá, alias, não chega, continua descobrindo que o buraco é mais embaixo! Mas, se a Terra é redonda, existe luz no fim do poço (que neste caso já seria túnel...).
Eu achava que conhecia a decepção mas descobri que provavelmente conhecia sua versão recém-nascida, e espero não descobrir que ela possa ser maior do que a que já estou sentindo, ou não sentindo...
A decepção se mostrou como um vazio, uma ausência da capacidade de sentir. Eu sei o que me faz sentir nada, mas não sinto. Os sentimentos se anulam. Não há raiva, não há ódio, não há nada, não há... Não há esperança, mesmo sabendo que ela é a última que morre e que brasileiro não desiste nunca.
A vida não é fácil, a vida não é justa. E se Deus dá o frio conforme o cobertor, eu acho que estou com as pernas de fora... Se Ele nunca dá pra gente uma CRUZ maior do que a que a gente possa carregar, Ele se esqueceu de que eu tenho problema de coluna...
Se Deus escreve certo por linhas tortas, eu espero que meu poço seja um túnel, que eu encontre a luz, que eu seja bem brasileira, que a esperança seja a última a morrer mesmo, que meu cobertor comece a me cobrir e que a cruz fique mais leve ou que eu a deixe em algum lugar.