quarta-feira, 2 de abril de 2014

Banco

sentada no banco buscava um abraço
um sorriso
um olhar
um afago
respostas
sentada no banco sonhava...
fiz da tarde, minha noite
dos transeuntes, meus amigos
das minhas vontades, feitos
e do futuro trouxe amor
Sentada no banco fiz da vida, minha vida
     - como se amanhã não houvesse
mas depois de rodar meu filme
vi que minha noite ainda era tarde
e que meu filme tinha outro script
Sinto falta de olhar para o horizonte e imaginar o futuro (que provavelmente em nada se assemelhará ao imaginado). Como sempre.
No lugar do horizonte, da infinitude do mar, tenho um cais, um rio e pontes. Várias pontes... ligando um lado ao outro. Cruzando o rio, cruzando o tempo, levando do lado A ao lado B (ou o oposto) em diferentes pontos. Várias possibilidades que mesmo indicando sentidos opostos vão paralelas em direção ao amanha. Seria isso equivalente a olhar o mar e imaginar o futuro?
Tantas dúvidas, ansiedade... E nesse caracol que se chama vida me encontro mais uma vez em suspenso.
O hoje é cheio de compromissos e o amanhã de incertezas. A vida é sim cheia de incertezas. Mas eu ainda não aprendi a viver o hoje sem sofrer com o amanha.
As vezes gostaria de encontrar o meu eu do futuro e perguntar se meus demônios interiores tem razão de ser... Olhando para o passado percebo que alguns demônios me perseguem há alguns anos e não tenho certeza (ou já deixei de acreditar) que um dia conseguirei deixa-los livres para voarem longe mim.
Invejo a liberdade do vento pois enquanto pedra estou presa ao solo até alguma criança resolver me chutar ou me fazer ricochetear na água.